A de Animals
"You know that I care what happens to you. And I know that you care for me too."
Não me envergonho em admitir que, até o final do ano passado (2008), eu ainda não entendia porque tantas pessoas eram aficionadas por Pink Floyd. Sempre gostei das músicas mais conhecidas, mas as demais me pareciam introspectivas, algumas um tanto quanto depressivas. Nâo me levem a mal, até então o meu tipo de psicodelia era mais light, do tipo Yes.
Animals é o 12º álbum do Pink Floyd e foi ele quem abriu espaço pra banda inglesa entre as minhas preferidas. Lançado em janeiro de 1977 e escutado por mim 31 anos depois em uma tarde ensolarada na Bahia. Possui 42 minutos distribuídos em 5 faixas, todas elas com letras de Roger Waters (baixo, vocal).O momento musical em 1977 não estava muito para o PF, o surgimento do punk rock fazia aumentar as críticas a respeito do rock progressivo. Apesar disto, Animals conquistou disco de ouro (100 mil cópias vendidas) e disco de platina (300 mil cópias vendidas) em menos de 2 meses após seu lançamento. Atingiu o 3º lugar da Billboard e estima-se que, atualmente, existam mais de 7 milhões de cópias pelo mundo.
O conceito deste álbum foi inspirado na obra literária "Animal Farm" (Fazenda de Animais), de George Orwel´s que compara, criticamente, os seres humanos com animais em suas relações, principalmente nas relações que envolvem dinheiro, sucesso e poder. "Dogs", "Pigs" e "Sheep" são as músicas que evidenciam este conceito. A primeira e a última faixa, "Pigs on the Wing", são as duas partes de uma canção de amor feita por Roger Waters para Carolyne Christie, sua esposa, e geram uma certa polêmica de interpretações quanto à sua função no álbum. Romanticamente, eu gosto de acreditar que Waters queria dizer que somente através do amor podemos nos diferenciar dos animais.
A capa do álbum é a foto de uma famosa estação de energia localizada em Battersea, município de Londres. A estação já havia feito uma "aparição artística" em 1965 no filme Help!, dos Beatles. Na capa do Animals, o porco que sobrevoa as torres não é computadorizado, era um porco inflável enorme e foi fotografado por cerca de 40 fotógrafos para a ocasião. Me lembro de ter lido em algum lugar que, por causa do vento, o porco se soltou das cordas e só pôde ser localizado através dos radares do aeroporto de Londres, hehe.O Animals marca uma fase criativa do Pink Floyd que eu gosto muito. E marca uma fase da minha vida em que eu também me sentia decepcionada com as pessoas. Mesmo sem ter prestado muita atenção na primeira vez que o ouvi, a identificação foi imediata. PF passou a fazer sentido pra mim e, desde então, coincidência ou não, passou a se fazer presente nos melhores momentos da minha vida. Sem medo de parecer vaidosa demais, eu diria que existe uma Ana antes e uma depois do Pink Floyd. E tenho certeza que é assim com a maioria dos meus irmãos de fé: os aficionados pelo trabalho de Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason, Richard Wright, Syd Barret e Bob Klose (não necessariamente juntos e nessa ordem).
Despeço-me reforçando o intuito de receber as devidas críticas e elogios pelo que for postado aqui. E para compartilhar o que é bom e dar boas vindas aos amigos que passarem por aqui, gravarei uma cópia do Animals para cada um que der seu palpite.
Bjo, me liga!
